Como Contractors Brasileiros Podem Sair da Guerra de Preços e Construir Confiança no Mercado Bilionário de Construção dos EUA

September 19, 20255 min read

O Caminho dos Contractors Brasileiros no Mercado Bilionário de Construção dos EUA

 The Role of a Residential General Contractor

Imagine atravessar uma ponte...
De um lado, o Brasil que você deixou para trás. Do outro, os Estados Unidos, com ruas largas, casas imensas e um mercado de construção que parece infinito. No meio da ponte, você: brasileiro, contractor, pronto para provar que sabe trabalhar duro.

Esse é o começo da jornada de milhares de imigrantes.
Mas, logo ao chegar, surge uma verdade incômoda: nos EUA, não basta saber fazer. É preciso saber se posicionar.

O erro mais comum: competir em preço

João — um pintor brasileiro em Massachusetts — fez o que parecia natural.
Colou flyers em supermercados brasileiros, anunciou em grupos de Facebook, criou perfil no Craigslist, abriu conta no Thumbtack e até se cadastrou no Angi (antigo Angie’s List) e no HomeAdvisor.

O telefone até tocava, mas quase sempre pelo mesmo motivo: clientes em busca do mais barato.
As mensagens eram repetitivas: “Quanto você cobra por quarto? Fulano me faz por menos…”

E havia sempre alguém disposto a cobrar ainda menos.
João havia caído na Losing Zone: a zona da perda, onde a única variável é o preço.

Isso não é coincidência. O mercado americano de home improvement (reformas, pinturas, manutenções) é gigantesco: US$ 470 bilhões em 2023, com projeção de chegar a quase US$ 688 bilhões até 2029【Credence Research】. Mas também é saturado — só em 2025, já havia 726.000 empresas de remodelação registradasFixr.com】.

Ou seja, competir em preço é como entrar num ringue lotado — Craigslist, Facebook, Angi, Thumbtack, HomeAdvisor — onde sempre aparece outro contractor pronto para cobrar menos.

O estalo que muda tudo

O ponto de virada de João aconteceu numa obra em Hyannis. Um cliente americano perguntou, desconfiado:

“Você garante que essa pintura não vai descascar em dois anos?”

Naquele instante, ficou claro: o cliente não queria apenas preço. Queria segurança.
Nos EUA, a casa é o maior ativo da família — o bem mais protegido.

Foi nesse momento que João descobriu sua Winning Zone: o ponto em que o que ele fazia melhor (capricho, atenção ao detalhe, acabamento duradouro) se encontrava com o que o cliente mais queria (confiança, proteção do patrimônio).

The numbers aren’t even close – the overwhelming majority of homeowners find online reviews important. (Courtesy of myCLEARopinion Insights Hub)

A mudança de narrativa

Com ajuda estratégica, João reposicionou sua comunicação.
Não era mais “pintura barata”.
Agora, era “Pintura premium com garantia de 3 anos”.

E isso mudou tudo:

  • O site passou a exibir reviews reais com foco em confiança.

  • Os anúncios destacavam garantia e durabilidade, não preço.

  • Cada contrato vinha com um certificado de garantia, reforçando seriedade.

Em apenas 90 dias, João saiu de bicos de US$ 300 para contratos de US$ 15.000 ou mais.
O que mudou não foi a tinta. Foi o posicionamento da marca.

Com poucas mudanças estratégicas, você já aproveita ROI natural relacionado ao seu nicho!

Navigating the Home Improvement Market Insights – HIRI

Por que plataformas empurram para a Losing Zone

  • Craigslist / Facebook Marketplace → funcionam como leilões abertos. O cliente posta uma demanda, recebe dez respostas e escolhe o mais barato.

  • Thumbtack → cobra por lead. O contractor paga mesmo que não feche o cliente. Como vários respondem ao mesmo contato, a disputa vira preço.

  • Angi / HomeAdvisor → vendem pacotes de leads para vários contractors simultaneamente. Quem não tem diferencial claro acaba resumindo sua proposta a “eu faço mais barato”.

Essas plataformas geram fluxo, mas não constroem marca. O contractor vira apenas mais um nome na lista.

O tamanho da arena

 Home Remodeling Statistics and Trends of 2025

O cenário não é apenas individual, mas coletivo. O mercado de home improvement nos Estados Unidos foi avaliado em US$ 470 bilhões em 2023 e deve alcançar quase US$ 688 bilhões até 2029, segundo a Credence Research.

Mas esse crescimento vem acompanhado de uma concorrência cada vez mais feroz: só em 2025 já existiam mais de 726 mil empresas de remodelação ativas no país, de acordo com dados da Fixr.

Na prática, entrar em plataformas como Craigslist, Facebook, Angi, Thumbtack ou HomeAdvisor sem uma estratégia clara é como subir em um ringue superlotado, onde todos lutam com a mesma arma: o preço.

O mapa das zonas de valor

O caso de João ilustra um dilema que todo contractor brasileiro enfrenta:

  • Losing Zone: competir apenas em preço.

  • Dumb Zone: investir em diferenciais que o cliente não valoriza.

  • Risky Zone: apostar em algo que pode não gerar tração.

  • Winning Zone: alinhar seu diferencial com o que o cliente valoriza de verdade.

Esse mapa é fundamental. Ele mostra que só uma zona — a Winning Zone — leva ao crescimento sustentável.

O peso dos dados

Pesquisas mostram que, na decisão de contratar serviços de melhoria residencial nos EUA, os fatores mais valorizados não são preço.
São durabilidade, confiabilidade, tempo de garantia e reputação.

É por isso que empresas como a MaidPro (Boston) cresceram oferecendo padrão de limpeza “hotel 5 estrelas”, e não desconto. Ou que a College Hunks Hauling Junk virou referência ao associar a marca a força e simpatia, em vez de competir no valor da diária.

O mesmo vale para contractors brasileiros: o jogo não é ser barato. É ser confiável.

Como sair da Losing Zone

  1. Mudar a lógica do canal

    • Use Angi, Thumbtack e HomeAdvisor apenas como aquisição inicial. Feche os primeiros clientes, colete reviews e use isso para fortalecer sua reputação própria.

    • Não dependa delas como fonte principal de leads.

  2. Construir ativos próprios

    • Google Business Profile: torne-se referência local com reviews fortes.

    • Google Ads / Local Services Ads: invista em anúncios que levam direto ao seu site.

    • Website profissional: posicione-se como empresa, não freelancer.

  3. Reposicionar a oferta

    • Faça promessas claras: “garantia de 3 anos”, “limpeza pós-obra em 48h”, “pintura premium”.

    • Ofereça tranquilidade — algo que o cliente americano paga mais caro para ter.

  4. Transformar clientes em embaixadores

    • Cada contrato vira ativo: fotos antes/depois, depoimentos, certificados de garantia.

    • Isso gera demanda orgânica e reduz a dependência de plataformas.

A lição para brasileiros nos EUA

O mercado americano é brutal, mas meritocrático.
Ele não exige que você seja o mais barato.
Exige que você posicione sua marca na mente do cliente.

O contractor que encontra sua Winning Zone deixa de correr atrás de clientes.
E começa a ser o escolhido.

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